domingo, 9 de março de 2014

Ucrânia, Rússia e o Ocidente

A recente crise na Ucrânia não trouxe ao mundo o perigo de uma guerra entre a Rússia e o Ocidente. Trouxe algo muito pior, um atestado de quase óbito do Ocidente que, vendo a Rússia simplesmente rasgar e jogar na lata do lixo o Memorando de Budapeste, não teve forças para agir.

Assinatura do Memorando de Budapeste, pelo qual a Ucrânia aceito se desfazer de seu arsenal nuclear, o terceiro maior do mundo, em troca da promessa russa de respeitar sua soberania e território. EUA e Reino Unido também assinaram o acordo, sendo corresponsáveis por garantir seu cumprimento.






Esperavam alguns que EUA e Reino Unido reagissem energicamente contra a agressão russa, uma vez que a isto seriam obrigados pelo Memorando de Budapeste. Mas a resposta do Ocidente foi uma tímida retaliação econômica e diplomática, como congelamento de bens e passaportes. E mesmo esta resposta não veio sem choro e medo por parte dos ocidentais, temerosos em ver o dinheiro russo indo embora, prejudicando suas economias numa época de crise.

Este é, portanto, o infeliz quadro geopolítico do mundo. De um lado temos uma Rússia vigorosa, colocando trinta mil soldados seus para invadir um país vizinho. Do outro, um Ocidente amedrontado, com medo não apenas de perder a vida de alguns soldados numa guerra, mas medo inclusive de perder algumas centenas de bilhões de dólares para retaliar a Rússia economicamente. Uma atitude bem diferente daquela de um ano atrás, em que Obama e David Cameron até pareciam machos, mas para defender os jihadistas da Síria.

Tentarei falar mais sobre como o Ocidente ficou assim em outras postagens. Nesta, ficaremos por aqui lembrando aquela frase que diz que "a fraqueza atrai a agressividade". Essa mostra de fraqueza ainda nos trará problemas muito maiores.