quarta-feira, 1 de março de 2023

O Brasil não é mais o maior país católico do mundo. E já faz tempo.

Os dados coletados no último censo serão apenas conhecidos no próximo mês de maio, porém com base em outros estudos mais específicos podemos afirmar que infelizmente já faz algum tempo que se cumpriu a profecia de Nelson Rodrigues que dizia que o Brasil se tornaria "o maior país ex-católico do mundo". No final do último mês de janeiro foi divulgada uma pesquisa conduzida pela Universidade de Georgetown, instituição fundada pelos jesuítas, sobre a frequência a missa dos católicos de 36 países ao redor do mundo. O nosso Brasil ficou em penúltimo lugar empatado com a França, com 8% de frequência dos católicos às missas dominicais todas as semanas, à frente apenas dos Países Baixos, com 7% de frequência.
Considerando as últimas pesquisas realizadas em nosso país apenas 50% dos brasileiros ainda se mantém católicos. Porém deste percentual apenas 8% frequenta as missas todas as semanas o que resulta no fato de que apenas 4% dos brasileiros frequentam as missas católicas todas as semanas, o que dá aproximadamente 8,3 milhões de pessoas. Com base nisto resolvi levantar as estatísticas dos demais países pesquisados para encontrar qual é de fato o maior país católico do mundo, aquele em que a religião realmente possui força e relevância social, com base em qual o percentual da população total que frequenta as missas católicas e qual o número absoluto de pessoas que frequentam as missas. O resultado é chocante: o Brasil não é mais o maior país católico do mundo e isso parece que já faz alguns anos. Seguem abaixo os meus números. O maor país católico do mundo, tanto em número absoluto de fiéis realmente participativos quanto em percentual sobre a população são as Filipinas com 47,3 milhões de católicos com C maiúsculo (contra 8,3 milhões de brasileiros), e o percentual de 45,14% dos Filipinos assistindo as missas católicas semanalmente.

domingo, 9 de março de 2014

Ucrânia, Rússia e o Ocidente

A recente crise na Ucrânia não trouxe ao mundo o perigo de uma guerra entre a Rússia e o Ocidente. Trouxe algo muito pior, um atestado de quase óbito do Ocidente que, vendo a Rússia simplesmente rasgar e jogar na lata do lixo o Memorando de Budapeste, não teve forças para agir.

Assinatura do Memorando de Budapeste, pelo qual a Ucrânia aceito se desfazer de seu arsenal nuclear, o terceiro maior do mundo, em troca da promessa russa de respeitar sua soberania e território. EUA e Reino Unido também assinaram o acordo, sendo corresponsáveis por garantir seu cumprimento.






Esperavam alguns que EUA e Reino Unido reagissem energicamente contra a agressão russa, uma vez que a isto seriam obrigados pelo Memorando de Budapeste. Mas a resposta do Ocidente foi uma tímida retaliação econômica e diplomática, como congelamento de bens e passaportes. E mesmo esta resposta não veio sem choro e medo por parte dos ocidentais, temerosos em ver o dinheiro russo indo embora, prejudicando suas economias numa época de crise.

Este é, portanto, o infeliz quadro geopolítico do mundo. De um lado temos uma Rússia vigorosa, colocando trinta mil soldados seus para invadir um país vizinho. Do outro, um Ocidente amedrontado, com medo não apenas de perder a vida de alguns soldados numa guerra, mas medo inclusive de perder algumas centenas de bilhões de dólares para retaliar a Rússia economicamente. Uma atitude bem diferente daquela de um ano atrás, em que Obama e David Cameron até pareciam machos, mas para defender os jihadistas da Síria.

Tentarei falar mais sobre como o Ocidente ficou assim em outras postagens. Nesta, ficaremos por aqui lembrando aquela frase que diz que "a fraqueza atrai a agressividade". Essa mostra de fraqueza ainda nos trará problemas muito maiores.